No processo negocial de revisão da tabela salarial para 2017 do Grupo EDP, a administração da Empresa decidiu afrontar os trabalhadores com um paradigma miserabilista e autista, negando uma negociação séria.
Desde a primeira reunião realizada a 25 de Janeiro, que o modelo adoptado pela CN/EDP foi de imposição pura e simples, começando na periodicidade das reuniões e nos baixos valores apresentados, até à alusão à denúncia do ACT como forma de condicionar as posições sindicais.
A EDP, que nos últimos seis anos obteve mais de 6000 milhões de lucros, neste ano viu os lucros aumentar 3% e está disposta a aumentar os dividendos pagos aos accionistas em 3%, passou cerca de 3 meses a fingir que negociava, sem alterar a posição de 0,7% que manteve quase desde o inicio. É de notar que estes lucros foram obtidos graças aos esforços dos trabalhadores e a uma tarifa de electricidade que é uma das mais caras da Europa em relação aos salários praticados no País.
Tendo em conta os valores que esta administração dedicou para os seus próprios vencimentos, que nos últimos 5 anos ultrapassaram os 50 milhões de euros, parece-nos manifestamente incorrecto que aqueles que geram os lucros sejam assim arredados duma justa distribuição da riqueza.
Apesar destas condicionantes, tendo em vista acelerar a conclusão do processo negocial que se mantinha num impasse devido à intransigência da administração, e estando garantida a manutenção do poder de compra dos trabalhadores, demos acordo a um aumento de 1,3%, arredondado ao euro superior, para todas as rubricas de expressão pecuniária, com efeitos a 1 de Janeiro passado e um prémio de produtividade de 200 €, nos mesmos termos dos anos anteriores, a processar com o salário de Maio.
Para além deste aumento vai ser processada, já no mês de Abril, a distribuição de lucros, também, nos mesmos moldes dos anos anteriores.
No entanto, deixámos expresso que consideramos estes valores bastante aquém das reais possibilidades da Empresa como bem mostram os lucros obtidos e o aumento dos dividendos a pagar aos accionistas.
