As condições climatéricas adversas da passada sexta-feira vieram demonstrar as fragilidades do sector eléctrico nacional.
Numa postura deplorável, a EDP veio a público reconhecer que não está preparada para enfrentar este tipo de emergências e que poderá ter de pedir ajuda internacional.
Apesar do esforço hercúleo dos trabalhadores, tanto os da EDP como os dos prestadores de serviços, nesta segunda-feira ainda havia mais de 100 mil consumidores sem fornecimento de energia eléctrica.
Esta situação é, sem sombra de dúvida, resultado directo do desinvestimento a que temos assistido ao longo dos anos, fruto da sede de lucros dos accionistas, que preferem aumentar dividendos em vez de investir em reservas estratégicas para fazer frente a eventualidades como esta.
Este é o resultado da privatização de um sector que é estratégico, tanto para a economia nacional como para garantir o direito dos cidadãos ao acesso à energia.
Num cenário em que muitos asseguram que este tipo de fenómenos se tornará cada vez mais frequente, levanta-se uma interrogação pertinente: O que podem os consumidores esperar de empresas privadas em áreas como esta, a não ser o aumento das tarifas e um serviço cada vez pior?
É tempo de o Estado recuperar o controlo destes sectores, a bem da economia nacional e das populações.
Lisboa, 15 de Outubro de 2018
O Secretariado da Direcção Nacional da Fiequimetal